Antes era bom, só existia o prazer... De imediato, comprava todo desejo! Mas depois, quem poderia saber? Que apenas me sobraria o medo! Eles vieram e me tomaram tudo! Onde está a minha dignidade? Por que tenho que ficar mudo? Agora permaneço sem identidade. Ora, quem invade esse corpo? E me toma o nome e o direito de ser? Não interessa se estou vivo ou morto! O que me resta é o dever de se ter! Onde teria se escondido a razão? E aquela liberdade tão prometida? De que forma, então, eles explicarão? Que tudo sustenta tamanha mentira! Cala tua boca! Oh, verme insano! Bradou a máquina cheia de euforia, Insuportável seja esse teu ser humano! Não passas além de uma mercadoria! | Tu és só uma pouca engrenagem... Outra peça que move o mecanismo, Não tens nome, nem homenagem, Podes numa hora estar substituído! Se não sou aquilo que quero, Tenho de ser a coisa que compro! E desistir do tamanho esmero, De viver a liberdade que sonho! Desejei ser como um artista, E sucumbir ao funesto cativeiro! Ah, que sonho mais altruísta, Logo me pus em desespero! Nunca saberei o dia de fugir, Mas se acontecer, mando recado, De como pude resistir A tal inferno encarcerado! Marcus Galvão |
20080503
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