20080918
3 Pensadores

Todo poder emana do povo - Parte II

quinta-feira, setembro 18, 2008

O eleitor psicólogo não sabe mais em quem votar. Um início de tarde fortalezense, desde que terminou o período de chuvas, só trazia o calor e agora traz também o Horário Eleitoral Gratuito. Certamente, essa é a hora do riso. Desta vez, dentre as figurinhas “manjadas” de sempre, surgiram três personalidades que chamaram a atenção do nosso decepcionado eleitor: a primeira, uma “striper”, a Heffner, que em sua campanha chama os políticos tradicionais de “nome feio” e convida os seus espectadores a tirá-los do poder. A segunda, outra “striper”, a Fatal, que não fala nada, só dança. A terceira, um travesti, a Gretchen, que diz que irá transformar Fortaleza em uma Suíça. Surge a questão: por que alguém deveria votar nelas? Quanto à questão da opção sexual ou de ser uma profissional da noite não há nenhum problema, até porque não deixam de ser figuras que representam a sociedade. Possuem todas as condições de elegibilidade previstas na Constituição: são adultas, maiores de dezoito anos – o que é exigido para o mandato de vereador – são brasileiras, gozam do pleno exercício dos direitos políticos, são eleitoras alistadas, são domiciliadas em Fortaleza e são filiadas a um partido político.
Contudo, emerge a dúvida e dúvida é problema: nas eleições municipais de 2004 foi eleita uma outra “striper”, a Soft, para ocupar uma cadeirinha na câmara de vereadores com 11.590 votos, a oitava candidata mais votada de Fortaleza! Por que? Ora, além de dançar e cativar as criaturas de testosterona, ela fomentava a imagem de ser uma alternativa a “mesmice” dos candidatos daquela época. Muitos conhecidos do psicólogo disseram que votaram nela “só p’ra frescar”! Promessas de campanha? Muitas, inclusive a de lutar para melhorar a vida das “damas da noite” e dos homossexuais. Fez alguma coisa? Nada! E a máscara caiu. Portanto, vem uma série de analogias... a Soft pegou carona na idéia da Cicciolina e deu certo, daí, a Heffner e a Fatal querem pegar carona na idéia da Soft para ver se dá certo também. Tanto que há muitas coincidências, elas prometem lutar pelo grupo dos homossexuais e das prostitutas, dançam em seus comícios e o empresário da Fatal foi o mesmo da Soft. Parece ao eleitor pensador que elas não estão preocupadas com o povo, ou os grupos minoritários, ou as vítimas do pré-conceito. Estão mais preocupadas em garantir um empregão que paga, a cada um dos 41 vereadores fortalezenses, o “mimo” de R$ 9.288,04, fora os adicionais – de acordo com o site do
Vote Brasil!
E o poder é bom e todo mundo gosta, inclusive as três personalidades acima citadas. Ainda existe uma boa probabilidade de serem eleitas! Elas querem o poder e um bom coeficiente partidário! Dizem que o nosso “sufrágio universal” é totalmente democrático, porém existe uma pedra no seu caminho que é o voto proporcional. Logo, depois de uma eleição, se divide o número de votos válidos pelo número de vagas para vereador e aí se tem o coeficiente eleitoral que é a quantidade necessária de votos para que um partido qualquer possa eleger o seu vereador. Daí, sabendo-se quantos votos esse partido teve, nos seus candidatos ou na sua legenda, divide-se essa quantidade pelo coeficiente eleitoral dito anteriormente. O resultado é o coeficiente partidário que é o número de vagas que esse partido vai ter direito a ocupar na câmara. Assim, se um candidato for bem votado ele privilegiará o seu partido com um bom coeficiente partidário e, com isso, muitas vagas serão abertas para seus amiguinhos de partido, mesmo que eles tenham votações minúsculas! Porque se um partido tiver o coeficiente partidário menor que um, o candidato dele pode ter sido o mais bem votado da turma, mas ele não vai ser vereador de jeito nenhum!
Desta forma, o Alfredinho, que é deputado federal, está se candidatando a vereador na bela Fortal. Onde é que um deputado federal vai querer ser vereador? Mas, todo bom eleitor pensador tem consciência de que ele não quer ser vereador. O Alfredinho sabe que sua clientela eleitoreira é imensa – ele foi um dos mais bem votados – então, como candidato, com seus muitos votos, poderá aumentar o coeficiente partidário do “PSUN” e, conseqüentemente, levar muitos candidatos “cangalhas” em suas costas, depois ele desiste de ser vereador, o suplente assume e ele volta a ser deputado de novo. Por isso é que iremos ter muitas Heffners, Fatais, Gretchens, Softs, Bacaninhas e muitos Chicos do Pezão e Cabarés ocupando o legislativo municipal e ganhando muito bem para legislar muito mal! E contaram ao psicólogo que tem vereador “folgado” que leva o seu “lap-top” só para jogar paciência na hora da sessão! Isso é que é poder! O psicólogo acha que votará no Jatobá, o deficiente visual, pelo menos, além de representar esse grupo, ele não “verá” as imoralidades dos seus colegas de plenário.

3 Pensadores:

Anderson Marin Lima disse...

Esse negócio de "sair da mesmice" dos políticos é meio estranho... Ao mesmo tempo que revela um descontentamento e um saturamento geral da população com esses corruptos, revela também uma preguiça para mudar essa situação, afinal, ao inves de mudar o próprio comportamento e o posicionamento com relação à eleição e à política, preferem somente mudar os nomes dos eleitos e, num passe de mágica, a corrupção acabar e o povo realmente saia valorizado e priorizado por esses canalhas... Utopia burra, conformista e preguiçosa...

Anônimo disse...

Tio, ainda bem que eu não assisto horário eleitoral pra ver essas marmotas, e agora ao invés de uma vamos ter 3 vereadoras kengas, será que vai ter show na câmara ?

Anônimo disse...

Só teremos eleições limpas e honestas qndo essses polítcos se reformularem, infelizmente a maioria deles são corruptos e se candidatam apenas para ter status. Triste realidade!!!
Abraçoos qridos!!

 
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