20090112
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QUEBRANDO AS REGRAS - PARTE II

segunda-feira, janeiro 12, 2009
Leia a parte I!
Ah, eis a Fortaleza das prevaricações! Por mais uma vez o nosso psicólogo psicótico foi atacado por uma sorrateira insônia. Enquanto ele olhava a lua cheia que parecia passear alvoroçada a observar nossa cidade, também observava e pensava nas contraditórias transgressões às regras encobertas pelas noites fortalezenses! Algumas vezes pela noite, outras pelo próprio bicho homem inventor do Estado Democrático de Direito! Logo, pensou que quando o homem desobedece às regras do Estado, este o pune, através de sua Imperatividade e de seus Atos de Império. Mas, quando o Estado viola as regras do próprio Estado? Aí, nem a Bodega do Cabo Guanabara seria tão esculhambada!
Qualquer noite de sábado no bairro do Jóckey Club nunca foi lá essas calmarias todas. O lugar é fértil em bares, clubinhos e outros atrativos para “papudinhos”, porém, a maioria dos bairristas é gente boa que só quer um pouco de sossego. Então, num sábado desses, o RONDA foi chamado para atender uma ocorrência num bar da esquina da rua Minas Gerais com a rua Plutão. O problema era o som alto, gente que quer chamar atenção para o equipamento “tunado” do seu carro, já que seu equipamento mental carece de atrativos. Bem, baixaram o som e o RONDA foi embora. Mal dobraram a esquina e o RONDA teve que voltar ao mesmo bar de “bonequeiros”, devido ao mesmo problema... aí os soldados do RONDA, além de ordenarem o desligamento do som, determinaram o fechamento do bar, já que o dono “alcoviteiro” estava sendo cúmplice de um crime ambiental! Barulho acima de 60 Db em plena meia noite! Que absurdo!

Espera aí! Ao soar dessa ordem policial, dois homens saltaram de uma mesa e disseram que os soldados não iriam fechar o bar! Eles estavam esquentando o gogó, ouvindo o Genival Santos e não queriam ser incomodados. Os dois “brabinhos” xingaram os policiais e estes, por sua vez, deram voz de prisão aos “brabinhos papudinhos” que, para acabar com o dilema da noite deram a velha “carteirada” e se identificaram. Mas, quem eram esses “pit bodes”? Imagine, eram dois majores da PM que curtiam a noite e quiseram intimidar os soldados! E conseguiram: deram voz de prisão aos soldados por insubordinação, já que eram oficiais e estavam se valendo do “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. E o Estado protegeu os majores e os “menores”, os praças levaram a pior. Os soldados que cumpriam os seus deveres estão presos, pelejando um “hábeas corpus” até hoje e os oficiais “brabinhos papudinhos”, que se melavam no bar, estão soltos! E o bar? Continua aberto e barulhento! E olha que os soldados tinham várias testemunhas a favor. Ah... esse aí é o nosso “Estado Democrático de Direito”. E quem duvida que a corda arrebenta pelo lado mais fraco?

Em 1966, um escritor fracassado que inventou de ser cientista psicólogo,
chamado Burrhus Frederic Skinner, nos legou sua contribuição sobre regras. Ele, que já havia consolidado sua teoria comportamental, disse que regras são estímulos discriminativos que envolvem o que chamou de comportamento verbal. Um tipo de comportamento que só se diferencia de uma caminhada ou do ato de beber água por ser falado ou escrito, isto é, simbólico. Assim, como todo comportamento, a regra dependeria de um estímulo posterior. Quando apresentada a alguém, este, por sua vez, a obedeceria ou não dependendo do reforçador. O reforço para que este sujeito obedeça à regra pode ser positivo, no caso de uma recompensa, ou negativo, no caso de uma punição. Logo, se a recompensa não for interessante e a punição irrelevante, a regra vai por água abaixo! No caso dos pimpolhos militares, os oficiais se deleitaram no prazer de mostrar que podem pisar na regra, pois a impunidade por eles vela e os soldados, pobrezinhos, não tiveram nenhuma recompensa em fazer o que manda a regra, pois ficaram reféns das suas próprias boas vontades...

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