20080503
One Pensadores

ALICE NO PAÍS DAS COMUNICAÇÕES

sábado, maio 03, 2008

Por Marcia Galvão
Lembro-me bem daquele dia. Era uma tarde de céu aberto e um calor de secar a garganta. Lá estava eu em plena Av. Des. Moreira, frente ao símbolo maior do legislativo cearense, com um mapa na mão e uma preocupação na cabeça: encontrar a sede da revista Fale! Ah, como é interessante esse fetiche pelo imperativo entre alguns meios de comunicação: Viva! Veja! Fale! Ufa... consegui chegar a rua inscrita em meus apontamentos. E segui meu caminho. Sentia-me ansiosa, os quarteirões pareciam ter quilômetros de distância! Ah... achei! É esse o número! Mas espera um pouco... imaginei encontrar algo assim como a fachada da editora Abril ou ao menos coisa semelhante, porém o que vi foi um estabelecimento ”acanhado”, com uma pequena “placa logotípica” e com “cara” de residência! Tive dúvidas. Contudo, fui convidada pela curiosidade a desvendar o que haveria dentro daquela “casa”. Um costumeiro boa tarde foi o “início do jogo”, um verdadeiro desafio para uma singela acadêmica ainda em fase experimental.
O diretor está? Perguntei à recepcionista, que me aparentou ser amistosa. Tudo bem, fui logo atendida por um senhor grisalho, que educadamente, estabeleceu os primeiros diálogos. Passou-se o tempo, findou-se a conversa, um pouco mais de tempo e, então, a questão crucial: E aí, quando você quer começar? Inquiriu-me aquele homem que nada mais era que o “senhor da Fale”! O quê? Ouvi bem? Posso começar e ainda quando eu quiser? Ah... parecia até o coelho apressado que pediu a Alice que o acompanhasse ao “País das Maravilhas”! Nem podia acreditar! Não demonstrei nem um “tantinho” sequer, por educação é lógico, mas estava pulando por dentro! Estagiária! Finalmente, estagiária! A incômoda ansiedade deu lugar a uma bem
- vinda comemoração.
Chegou o tão esperado primeiro dia. Deveria ser o melhor dia, certo? Mas não é o primeiro, aquele que a gente nunca esquece? É, deveria... mas não foi. Ora, imaginei uma imensa correria, chamadas telefônicas importantes, entrevistas a realizar, etc, etc e eu como coadjuvante disso tudo! Em vez disso, fiquei sentada diante de uma tela de PC, escutando a tarde toda: pesquise isso, pesquise aquilo! As dúvidas aumentavam, as outras pessoas ali nem se olhavam. Sabe aquela sensação de “festa estranha com gente esquisita”? E desse modo sucederam o segundo dia, o terceiro...ôpa! Pare! O quinto dia foi diferente! É... o quinto marcou minha história na revista! Por quê? Foi o dia em que o diretor pediu-me que fizesse a resenha de um livro que ele indicaria e que seria publicada! Ai que notícia boa... eram os primeiros passos para o que pensei ser uma aventura e tanto! Mas... e os outros dias? Bem, nos outros dias cuidei da minha resenha, minha “primeira gestação” dentro da Fale. No mais, continuei igual a cientista em laboratório...só pesquisando, pesquisando. E ainda havia mais um obstáculo a vencer: o de “quebrar o gelo” entre eu e as outras estagiárias.
A chegada de Rita
Passaram-se duas lentas semanas até que um dia entra na Fale uma figura singular. Falava bastante, uma “extrovertida carismática”. Curiosa que sou, não pude deixar de observá-la, de saber quem era. Que surpresa! Se tratava de Rita, minha amiga da faculdade que havia mudado de turno e há um bom tempo não a encontrava. Tinha que ser a Rita mesmo, “espilicute” daquele jeito! De imediato foi tratar do que iria fazer naquele momento. Reclamou! Deu ao diretor um ultimato: queria fazer algo que os jornalistas faziam – ser jornalista é coisa de alma desbravadora e não só de diploma – que era escrever! Veja só a audácia!... Bem, pra mim que sou tímida. E por essa “bendita audácia” é que aconteceu um fato inesperado. O “senhor da Fale” nos deixou a “missão” de elaborar nossa primeira reportagem para a revista, o que soou como um “anabolizante jornalístico” para mim, porém, fez ressurgir a tal maquiavélica ansiedade!
E quem disse que nós recuamos? Aceitamos a proposta e “pé na estrada” para que pudéssemos entregar em tempo a tal reportagem! E o fizemos! Discorremos sobre a Fome e a Pobreza. Parecia até uma matéria tipo “Carta Capital”, o que massageou bastante o nosso “ego”, pois o diretor gostou! Sim, ele gostou! Seria matéria de destaque! Quer mais? Bem, daí em diante só alegrias... outros temas vieram e nós... digo nós porque eu e a Rita compomos uma “dupla dinâmica”, coisa que deu certo, entende? Bem, nós escrevemos outros e mais outros textos, sempre sob a supervisão dos diretores, continuamente “antenadas” com as dicas dos demais colaboradores e participando dessa “escola” que é a experiência prática. E o final? Ora, no final estou ansiosa – de novo – para saber a opinião da minha professora de estágio supervisionado sobre toda essa aventura que passei... e então... fale!

1 Pensadores:

Anônimo disse...

Oi Márcia,
poxa,adorei seu blog!
essa história aí que você contou é bem a realidade mesmo dos novos jornalistas, eu nem formado sou ja queria pelo menos poder trabalhar em um jornal,até fachineiro, pra poder respirar o jornalismo rsrsrs, você entende né essa anciedade toda, ja passou por isso.
mais uma vez, parabens pelo blog. Você e o Marcus reunirao os temas que eu mais amo que é o jornalismo e a psicologia.
fiquem com Deus, abraço.

 
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