20080504
4 Pensadores

“VOCÊ SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO?”

domingo, maio 04, 2008

De acordo com o escritor e sociólogo, Roberto DaMatta a frase: “você sabe com quem está falando?" expressa hierarquia e autoritarismo, já o jeitinho brasileiro, mostra o lado cordial. A solução invocada pela pessoa que usa o jeitinho jamais é a hierarquização do você sabe quem está falando?”.
Outras diferenças podem ser apontadas entre as duas expressões. Você sabe com quem está falando?” representa autoridade e poder, o sujeito deixa de lado o papel de indivíduo e passa a ser uma identidade. Nem todos podem usar essa “identidade” no seu lugar - o jeitinho pode ser utilizado por todos, sem ter que lançar mão de sua identidade social. Outro aspecto é que, enquanto no jeitinho determinada situação pode terminar anônima, no ‘você sabe' essa possibilidade não existe. Como por exemplo, um policial ao ser parado em uma blitz, está irregular, sabendo que será multado, declara sua identidade e tenta exercer pressão sobre o agente de trânsito.
As duas situações são mostradas como algo que passa a acontecer mais freqüentemente em nosso meio social. O indivíduo tenta usar sua identidade social para conseguir algo, exercendo um certo autoritarismo frente às outras pessoas, esquecendo o seu aspecto de indivíduo diante a sociedade.

4 Pensadores:

CADIN DE TUDO disse...

Show! Disse tudo! Vou postar no meu blog no curso sobre sexualidade e diversidade o link de vocês.

Anônimo disse...

Muito bom!

Anônimo disse...

A melhor que ja ouvi sobre o "você sabe com quem esta falando" se passou ha muitos anos na Cinelândia, no Rio de Janeiro.
Uma peesoa esbarrou, sem querer, numa outra, e logo pediu desculpa. A pessoa esbarrada nao aceitou, nem ouviu a desculpa. E empregou logo o "voce sabe..."
A resposta foi genial : "vais me dizer que és o rei da merda".

Anônimo disse...

Estou com 63 anos e hoje no trânsito ouvi isto. Você sabe com quem...? Imediatamente pensei em preservar minha vida e a da minha mulher. Botei a barba de molho e valorizei a vida mais uma vez. Ficar velho não é bom, mas é bom ter a sabedoria que chegou com o tempo. Ter a licença da abstração, do olhar distante, do olhar muito próximo.

 
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